17 de jun. de 2016
16 de jun. de 2016
Resiliência
11 de mar. de 2016
Surrealismo utópico
Outro dia me perguntaram se por causa dessa - maldita - distância entre nós, não seria pior se tu me quisesses tanto quanto te quero, me disseram que sofreriamos. Quem dera sofrer.
Uma semana por ano é tudo o que tenho contigo, e cada meia hora que passa e eu não estou ao lado teu, é mais uma eternidade nessa minha função exponencial. Mas eu te juro, meu amor, que se apenas nessa uma semana eu te tivesse, e ainda assim não fosses exclusivamente meu, a minha felicidade seria tamanha que mal caberia nesse minúsculo ser que sou.
O problema é que eu sou mais platônica, emocional e tu estás mais pra racional, carnal.
Eu sou romantismo, tu és realismo, eu sou cubismo e tu renascentismo, eu arte contemporânea e tu pontilhismo, eu tô pra barroco e tu pra trovadorismo. E sabes qual a graça de tudo isso? A existência de uma arte sempre dependeu e dependerá da existência de outra, não importa quão contrastante sejam.
Existem vários tipos de arte, escolha uma, vamos nos contrastar, coexistir, completar.
27 de jan. de 2016
Anemia amorpriva
- O que te traz aqui?
- Acho que estou doente, doutor
- Quais os sintomas?
- Meus olhos estão inchados
- Pode ser conjuntivite
- Acho que perdi muito peso também
- Vou te passar uns exames
- A minha cabeça lateja
- Algo mais?
- Por vezes me sinto tonta, e aí me vem um enjôo de súbito, e de súbito se vai
- Prossiga
- Suor constante, acompanhado de febre
- Ah, querida! Isso é deficiência!
- De ferro, doutor?
- De amor
Finge dor
Tão longe e distante
Tão perto e acalmante
Um baita de um fingidor
Finge tanto que chega a ser dor
Por vezes, finge ser amor
Tão perto e acalmante
No entanto, longe e distante
Um baita de um amor
Ama tanto que chega a causar dor
Por vezes, finge ser fingidor
O que fazer? O que pensar?
Sei apenas sentir, falta
Sinto sua falta.
Nós entre nós
Se alguma vez pensou em mim
Ou talvez quando me viu
Se viu mais que feliz
Pode ser que haja
Algo entre nós
Nos nossos
Nós
16 de jan. de 2016
Mais que quilômetros
Você parece almejar meu desprezo, gasta todas as suas oportunidades de me ter - ainda mais - tentando me perder, repele-me como um inseto, você tenta, mas eu vejo. Suas tentativas, falhas, não ofuscam os seus indícios de me querer por perto, querer a minha atenção, o meu "eu" que há tempos conheceu e há pouco - quase - perdeu.
Veja bem, meu bem, como poderia eu te desprezar? O que há de tão desprezível em você que insiste em querer me mostrar? Da onde eu seria capaz de buscar forças para desistir se tudo o que minhas forças são capaz de fazer é insistir? Por que age assim? Você sabe que precisa de mim, e sabe que preciso de ti, de forma imensurável, sabe que sou dependente, inconsequente.
O seu "eu" é parte da minha essência, eu não seria capaz de te deixar ir, e sei que você também, mesmo que - bem - lá no fundo não quer me ver ir. No entanto, está distante. Por quê? Conte-me seus receios, eu tomarei-os para mim, mas não fique assim, não insista em ir para longe de mim.