Mudaria o que tinha, agora morta ela chegava à lugar nenhum. Após algumas horas vagando pelo mesmo m² a esmo, ela descobriu o que tinha de fato decidido mudar. Encarou timidamente a tal vida que mudaria, e decidiu mais uma vez: Não ousaria mudar algo tão perfeito.
Se encantou pela sua vida, finalmente descobriu que "lugar nenhum" era uma serra litoreaneamente paradisíaca, e passou a pensar pouco sobre muito. Aproximou-se e encontrou abrigo, próxima daquilo que sempre buscara sem saber, novamente decidiu: Eu farei da minha vida a mais feliz do mundo.
Pouco tempo depois deixou lugar nenhum e voltou fisicamente para sua casa. Aborrecida e incompleta por ter abandonado sua alma e perdido a oportunidade de fazer o que havia decidido a respeito de sua vida, mas ao mesmo tempo feliz por ter deixado sua alma em lugar nenhum, decidiu outra vez: Eu voltarei para busca-la, e esquecerei minha vida.
Mas não demorou muito, descobriu que sua vida já havia levado a alma dali, pouco tempo depois de tê-la abandonado. Pensou, inocentemente, que sua ansiedade era por conta da falta da alma, e foi em busca dela. No caminho, tomou uma decisão: A alma já me basta, evitarei a vida.
Doce ilusão. A pobre garota precisou de se encontrar com a vida para buscar sua alma, e está presa desde então na grande armadilha traiçoeira em que se colocou. Ah menina, você sabe que não é boa com decisões.
E dessa vez ela refletiu, em sincronia perfeita comigo que vos narro: Olha a merda que deu.
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