2 de dez. de 2015

Anerol

Você gostava do meu café, principalmente quando o levava na cama para ti. Você gostava dos meus abraços, principalmente quando eram inesperados, apertados. Você gostava do meu cafuné, principalmente quando era pra te fazer sorrir, dormir. Você gostava da minha questão, de ir e estar. Você gostava dos meus convites, aceitava, adorava. Você gostava dos meus traços tortos, rascunhos, rabiscos, ousava dizer que meus desenhos eram lindos. Você gostava da minha cama, de se aconchegar e nela dormir. Você gostava da minha familia, de rir e estar em sua companhia. Você gostava da minha mão, de segurar e beijar. Você gostava da segurança que dizia eu passar, alegava confiar sem precisar olhar.
Você gostava, ava, maldita conjugação.
Talvez nem gostasse, apenas lhe convinha gostar, não tinha mais ninguém capaz de tanto quanto eu, te amar. Agora, cega, acredita que tem, que há, e por isso não me lembra, não me conhece, do meu nome nem sequer já ouviu falar.
Gostava, ava, ou talvez nem gostasse, asse.
Malditas conjugações.

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