Existem vozes em minha mente, mas elas são reais. Suspiros, gemidos, gritos e ordens aos berros. Ofensas, palavras de dor, de pânico, pedidos de ajuda, sussurros que me fazem clamar por ajuda, em silêncio.
Hoje meu corpo teve a ideia de acordar, fatídica, maldita ideia. A mente não queria, mas teve de obedecer, e o que antes era um sonho estranho se tornou um pesadelo de olhos abertos, e a cada minuto era como se eu despertasse de um novo; o coração palpitava em disparada, as mãos suavam frio, ardendo em febre mal podia eu respirar, me mover.
Paralisia do sono, ou da vida? O corpo se levanta quando a mente já deitara, a alma já se fora.
Os homens que para mim sussurram, começam a percorrer meu corpo com suas mãos quase que invisíveis, porém pesadas. As mulheres que de mim debocham me apertam, empurram, pressionam, cada vez mais e com força cada vez maior para tão baixo que chego a temer a possibilidade de, de fato, afundar.
De súbito ouço uma voz que conheço, conheço bem, de alguém que quero e quero bem, e em morte súbita me ponho a sorrir.
Mas o corpo ainda se nega a obedecer a mente e à alma, insiste em continuar por aqui, e novamente essa fatídica insistência me prende ao inferno cujo qual criei, sem um propósito e sem uma prévia intenção ou planejamento.
De modo súbito volto a viver, não queria.
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